domingo, 31 de maio de 2009

Brincadeira de criança

Há algum tempo venho relembrando com mais constância momentos da minha infância. Amigos, escola, quedas, brincadeiras, festas de aniversário, o jogo de varetas que ganhei num bingo, os meus fins de semana no quarto em meio à cidade das Barbies, entre outras coisas que fazem parte da minha história e me fizeram ser quem eu sou hoje.

Mas quem eu sou hoje? Jornalista, ex-bailarina de dança do ventre, filha, neta, sobrinha, prima (segundo os meus primos, a melhor do mundo, rs), amiga... E o que mais? É difícil a gente se auto-intitular. Se conhecer mais ainda.

Há duas semanas assisti ao filme "Divã". Nossa, como me deu vontade de fazer análise! Todo mundo em algum momento já sentiu isso. Eu acho. Imgina só você desabafar à vontade, xingar, reclamar, chorar, sorrir, cair na gargalhada, criticar Deus e o mundo e não receber tudo isso de volta?! E ainda ter alguém dizendo que entende tudo o que você está sentido e te orientar a melhorar... a glória!

É, mas eu ainda não consegui fazer análise. Xingo, reclamo, choro, sorrio, critico, para o meu travesseiro e para o meu chuveiro. Ah! Não tenho paciência de ouvir tudo de volta. E é exatamente pela falta dela que não estou conseguindo me reconhecer atualmente. Nem buscando todas as lembranças da infância e da adolescência.

Eu não sou tão velha assim. Mas estou rabugenta. Pelo trabalho, pelas incoerências, pelas decepções, pela picaretagem de algumas pessoas próximas, pela falta de paciência com uma possível luz no fim do túnel.

Tudo era tão mais fácil e tão diferente quando a profissão, as contas, os relacionamentos, as preocupações e as cobranças não passavam de uma brincadeira de criança...

sábado, 10 de novembro de 2007

E agora?

Por esses dias uma mulher me disse que às vezes a gente tem que parar de tentar e seguir em frente. Não deu, não deu e pronto!
Mas quem consegue aprender? A gente sempre acha uma esperança. "Não, agora vai ser diferente!"
Esse é o problema! Se a gente não tentar, não vai saber... mas e se vive tentando e nada muda?! O tempo passa e a gente fica.

Eu admiro essa mulher... ela seguiu em frente. Mas me confessou que a saudade ficou e nunca passou. Será que valeu a pena?
Será que vale a pena enfrentar o sofrimento, a saudade e a eterna dúvida: "teria dado certo se eu tivesse tentado mais uma vez?"
Eu realmente não sei. Mas um dia a gente descobre; na marra!

Eu penso em tentar, mas posso não sair do lugar
Quando penso em desistir e seguir em frente, eu quero tentar
Melhor não fazer nada. Deixar a vida acontecer.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Qualquer coisa

Um dia como qualquer outro

Sem graça nenhuma

Sol, chuva, calor e o frio forçado do ar condicionado



E sempre falta alguma coisa

Sempre falta


E já nem sei mais o que é

(rg)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

A falta que me fazes

Às vezes esqueço que não estás ao meu lado e desvio meus olhos pensando em encontrar os teus... vazio.
A cada barulho ou vulto nos caminhos até a mim é um fio de esperança... nada.
Hoje é estranho ficar em meio a tudo que te lembra, ouvindo teu nome em vozes que não me interessam... tristeza.

Aumenta quando olho para o relógio pendurado ali na frente, àquele no qual eu conto os minutos para te encontrar, e vejo que já é tempo de eu ir embora, sem ter certeza de sentir teu cheiro ou tua boca, ficando apenas com as minhas lembranças e imaginação e tendo apenas a certeza de te ver no dia seguinte, mesmo que seja por um instante e viver tudo isso outra vez.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Pinceladas


Como se fosse numa aquarela
Não bem acabada
Imóvel.
Olhar para o nada, para o escuro
Em pinceladas rápidas
Com medo de descobrir as luzes coloridas
Cores da felicidade...
Não, mera ilusão
Continua imóvel
Ali parada
Na tela, na noite
Na aquarela
(rg)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Deixa pra próxima...

O pessoal estava todo reunido durante o jantar. Um falava daqui, outro falava dali, e os risos, gritos, não faltavam. Uns tentavam entender a conversa de dois, outro, daqueles três na outra ponta da mesa, daquelas enormes, típicas de sobrado.
Avós, tios, primos, de todas idades, conversa é que não faltava.
Carol falava da briga com o namorado para Patrícia. João, não conseguia esquecer os detalhes da última viagem, feita na semana anterior à Bahia. Cristina, só falava dos processos e problemas que enfrentava no escritório.
Mas tinha alguém que não entrava na conversa, só tentava ouvir, pelo menos uma delas, e acabou sabendo de nada. Foi ficando aborrecido, até mesmo esquecido...

Silêncio.

Todo mundo calou. Foi o grito de seu Geraldo, o pai e avô daquela família alegre, mas confusa, que tinha deixado de lado o verdadeiro sentido daquela reunião semanal, que estava terminando. Poucos minutos depois, todos já iam para casa, com o intuito de fazer tudo diferente da próxima vez.

Não teve jantar semana seguinte. Não teve conversas e risos altos. Só aquela família cabisbaixa. Seu Geraldo já não estava mais entre eles.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Desconhecido

Como se não restasse mais nada, eles se entreolharam. O silêncio foi a trilha sonora daquele momento que parecia não ter fim, mas nem imaginavam o que poderia vir pela frente. Era melhor nem pensar, nem imaginar. Para quê? Medir atitudes, contar as horas, esperar por detalhes e esperar, esperar, esperar... e continuar esperando?! Os dois sabiam disso e ainda se entreolhavam. O mundo já não era o lugar. Pisavam em nuvens, flutuavam, sentiam a brisa passar pelos corpos parados, ali, entre olhares profundos.
Um leve riso parecia surgir no canto da boca, mas o olhar era mais forte, nada o desviava.
Foi quando ouviram, saindo de alguma das caixas de música espalhdas pelos bares, "você nem vai me reconhecer quando eu passar por você". Um e outro desviaram os olhos, viraram para seus destinos e nem deram adeus. Eles nem vão se reconhecer ...